quinta-feira, 24 de novembro de 2011

CRM investiga médico envolvido em cirurgia plástica com morte na PB

Sociedade de Cirurgia Plástica diz que médico não tem especialização.
Professora sofreu embolia pulmonar e família não vai processar o médico.

Karoline Zilah Do G1 PB



O vice-presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), José Noberto Silva, anunciou nesta quinta-feira (24) que o órgão vai abrir uma sindicância para investigar os procedimentos adotados por um cirurgião geral durante a cirurgia plástica em que uma mulher morreu na terça-feira (22). Ele defendeu que, por não ter especialização em cirurgia plástica, o profissional não seria o mais recomendado para a redução de mamas e a lipoaspiração, procedimentos que a professora Rejane dos Santos Nobre se submeteu.

O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, regional Paraíba, confirmou que o médico não é credenciado ao órgão. De acordo com Antônio Aracoeli Ramalho, para se especializar em cirurgia plástica os médicos precisam de três anos a mais de estudos. Segundo ele, o Conselho Federal de Medicina não proíbe cirurgiões gerais de realizarem plásticas, mas recomenda que os pacientes procurem especialistas em cada área.
"O cirurgião que não é especialista corre o risco de provocar algum dano ao paciente. Não sei se é o caso dele, mas tem médico que acha que a cirurgia plástica é simples e que vai ganhar dinheiro fácil. "Existe um rigor muito grande da nossa parte. A cada três meses nossos registros são verificados e renovado", comentou o presidente do órgão representativo.

Ele lembrou a reportagem especial exibida no Fantástico sobre brasileiras que são atraídas pelos baixos preços de plásticas em outros países e se arriscam em cirurgias marcadas às pressas, sem consulta, com pós-operatório improvisado em quartos de hotel.

Segundo Aracoeli Ramalho, as investigações cabem ao Conselho Regional de Medicina (CRM), mas a função da Sociedade de Cirurgia Plástica é de alertar os pacientes interessados em se submeter a qualquer procedimento.

"Diante de um caso como este, esperamos que os pacientes vejam como é necessário procurar um profissional especializado. Eles devem colocar a saúde em primeiro lugar, nunca pensar no lado financeiro", explicou. Segundo ele, para se certificar se o profissional é especializado, os interessados em cirurgias plásticas podem fazer uma consulta por nome no site da Sociedade, www.cirurgiaplastica.org.br.
 
Mãe não vai processar
 
A professora paraibana Rejane Lima dos Santos Nobre, de 38 anos, morreu durante uma cirurgia para a redução das mamas, feita por recomendação médica, e uma lipoaspiração. Conforme o laudo médico emitido pelo hospital de Campina Grande onde o procedimento aconteceu, ela sofreu embolia pulmonar, insuficiência respiratória e parada cardiorrespiratória.

Na quarta-feira (23), durante o enterro na cidade de Alagoa Nova, a mãe Neusa dos Santos informou que não iria acionar o médico na Justiça por entender que a morte da filha foi uma fatalidade e que o profissional não teria culpa.

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