terça-feira, 29 de novembro de 2011

Rio de Janeiro: Deputado escapa da morte em suposta tentativa de assalto em Duque de Caxias


Carro oficial de Geraldo Moreira (PTN) foi atingido por três tiros na Rodovia Washington Luís


Rio - O deputado estadual Geraldo Moreira (PTN), de 57 anos, escapou da morte na véspera de seu aniversário, no fim da noite desta segunda-feira, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. O carro oficial dele foi atingido por três tiros disparados por ocupantes de um veículo não identificado durante uma suposta tentativa de assalto, na Rodovia Washington Luís. Ele nada sofreu.

O parlamentar disse que vai passar a andar com seguranças e revelou que recebera uma ligação anônima há dois meses denunciando uma trama dentro do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM para matá-lo.

"Hoje é meu aniversário de 57 anos. Um dos tiros passou a centímetros da minha cabeça. Pensei que estaria mais nervoso agora que tudo passou. Acho que a ficha ainda não caiu. Nasci duas vezes hoje", relembrou o deputado, demonstrando calma ao deixar a 60ª DP (Campos Elíseos) durante a madrugada, após registrar a ocorrência.

Geraldo responde a processo por homicídio. Ele é acusado de ser o mandante 
do assassinato do médico Carlos Alberto Peres de Miranda, em 2008, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Também sob o parlamentar pesa a acusação do oferecimento de R$ 150 mil a uma testemunha-chave para mudar a versão do depoimento e inocentá-lo.

Segundo o deputado, na noite de segunda-feira ele recebeu a ligação do líder comunitário do loteamento Chácara Rio-Petrópolis, próximo a Santa Cruz da Serra, ainda em Duque de Caxias, o convidado para uma reunião no dia seguinte. O próprio Geraldo decidiu ir sozinho na mesma noite até comunidade para o encontro, onde chegou por volta das 21h.

Ainda de acordo com o parlamentar, os dois iriam tratar de uma audiência pública sobre enchentes na Baixada Fluminense. Na volta pela Rio-Magé, ele foi abordado quando acessava a Rodovia Washington Luís, na altura do antigo Km 18, no bairro da Figueira,em Campos Elíseos, por volta das 23h.

"Foi muito rápido. Um carro cinza, que eu não consegui identificar o modelo, emparelhou com o meu. Um jovem armado e de boné, que estava no carona, me mandou parar. Quando fiz menção em parar outro homem que estava no banco de trás desceu armado. Acelerei e fugi. Não sei dizer em que momento os disparos foram feitos", relembrou o parlamentar.

Ele disse que trafegou pela via a 160 km por cerca de quatro quilômetros, parando em um posto de gasolina. Geraldo chegou a avistar o veículo dos bandidos passando pelo local. Ele acionou policiais do 15º BPM (Duque de Caxias) e foi conduzido a delegacia. O Bora preto placa LKY- 6657 foi periciado.

Denúncia de trama de morte no Bope

Geraldo Moreira cumpre seu quarto mandato na Assembléia Legislativa do Rio (Aler). ele também já foi vereador três vezes por Duque de Caxias. O parlamentar que é morador do bairro do Pilar, 1º distrito de Caxias, mas tem base eleitoral no 2º (Campos Elíseos) e 3º (Imbariê) distritos do município, disse não acreditar em tentativa de homicídio. Ele, no entanto, afirmou que passará a andar com seguranças.

"Quero acreditar que tenha sido uma tentativa de assalto. Se for alguma outra coisa será uma surpresa grande para mim. Mesmo assim, nuca se sabe. Nunca tive segurança, só motorista. Agora preciso reforçar a minha segurança", disse o deputado estadual quando questionado sobre a hipótese de ter sido vítima de um atentado. Geraldo Moreira afirmou que irá à Alerj e a Secretaria de Segurança Pública, nesta terça-feira, para pedir providências sobre o incidente.

Em setembro, o deputado estadual revelou que recebeu uma ligação anônima em seu telefone celular. De acordo com Geraldo, uma mulher denunciou uma trama no Bope para matá-lo. A pessoa não se identificou e encerrou rapidamente a ligação. Ele disse que na época não levou a denúncia em consideração.

Crime na Tijuca

Sobre a acusação de ser o mandante da morte do médico Carlos Alberto Peres de Miranda e da suposta tentativa de subordo de uma testemunha, o parlamentar disse que nada de concreto foi provado contra ele e negou participação no crime. O processo corre sob segredo de justiça, já que o acusado possui foro privilegiado. Quatro pessoas já foram julgadas e condenadas. O ex-PM Aílton Silva Diniz teve a prisão decretada, mas está foragido.

Carlos Alberto Peres de Miranda foi assassinado a tiros no dia 14 de março de 2008, na altura do número 451 da Rua Andrade Neves, na Tijuca. ele foi abordado quando dirigia seu Peugeot. Leandro Rosa da Silva e Ulisses Matheus Costa foram presos na hora. Eles disseram que tinham sido contratados para matar o médico por PMs e ex-PMs. Lotados no 39º BPM (Belford Roxo), Marcelo Gonçalves Brasil e Ivan Luiz Bayer foram  os outros condenados.  


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