quinta-feira, 17 de março de 2011

Deputado Major Araújo: Herói ou vilão?

Por: Redação/ParaibaemQAP

A blogosfera policial de todo o Brasil sofreu uma enxurrada de comentários acerca do projeto de lei proposto pelo deputado estadual em Goiás Major Araujo (PRB), pelo qual a Polícia Militar daquele estado passaria a trabalhar sem utilizar armamento letal [veja aqui]. Ou seja, um brinde para a bandidagem brasileira. E um atestado de óbito para os policiais.
Após ser alvo de milhares de críticas, a verdadeira intenção do projeto logo veio à tona. Trata-se de uma forma de protesto contra o tratamento que policiais de Goiânia estariam tendo por parte da imprensa local. “ que a polícia é tão ‘nociva’ usando armas, então que ela trabalhe desarmada”, raciocinou o parlamentar, desafiando todos a transformarem essa ironia em lei. 
A atitude do major deputado foi semelhante à ideia que propusemos aqui, há alguns dias, a respeito do trabalho interno nos presídios do país. Ora, se já está mais do que comprovado que os agentes penitenciários não têm condições de lidar com apenados, por que não reservemos os serviços mais ligados ao preso à responsabilidade de entidades como o Ministério Público, OAB, Pastoral Carcerária e ONGs ligadas à área? Aqui não se trata de ironia, mas de proposta concreta mesmo [em breve aprofundaremos o debate...]. 
Voltando a Goiás, recentes denúncias da existência de um suposto grupo de extermínio no estado acabaram distanciando as relações quase sempre delicadas entre jornalistas e policiais, resultando nesse projeto de lei que, certamente, não divide opiniões.
O fato é que a imprensa deve divulgar os atos que porventura sejam de interesse público. A sociedade – muito menos os policiais – pode viver sem o importante valor da informação. A imprensa é, sem dúvidas, um serviço abslutamente essencial à democracia.
O problema é quando algumas empresas de mídia e seus jornalistas apostam no “vale tudo” para defender interesses escusos próprios ou de governos, por exemplo. Para atingir (ou defender) determinado segmento político, procura-se o setor mais delicado, mais problemático e mais ‘indefeso’ do estado: a Polícia Militar (as aspas se justificam no RDPM).
Não temos como afirmar se é isso mesmo o que está acontecendo em Goiás. Mas como a explicação para inúmeros problemas brasileiros tem guarida no aspecto ‘cultural’, o que acontece numa determinada unidade da federação certamente se repete na vizinha, que se estende à próxima, até alcançar a seguinte. E assim vai.
Enquanto a ‘cultura’ de determinados setores for perseguir ‘A’ para atingir ou defender ‘B’, seremos obrigados a conviver com situações instáveis no âmbito da segurança pública.
A Paraíba sabe do que estamos falando.


Fonte: ParaibaemQAP

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