sábado, 23 de abril de 2011

Polícia registra 15 casos de pedofilia este ano na Paraiba

 A Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Infância e a Juventude de João Pessoa registrou cerca de 15 casos de pedofilia somente este ano. Em 2010, a especializada contabilizou cerca de 50 ocorrências. De acordo com a delegada Joan D'Arc Sampaio Nunes, a pedofilia acontece quando pessoas adultas mantêm relações sexuais com crianças na sua maioria dez anos mais novas do que elas. 

De acordo com a delegada a Pedofilia não é crime, mas uma patologia, uma doença já comprovada pela medicina. Ela explica que em muitas vezes a pessoa sofre da doença, mas não chega a praticar a pedofilia, pelo seu caráter ou pela posição que ocupa na sociedade. Em outros casos, o pedófilo não comete o crime, porque a doença não aflora, mas quando ele está transando com uma mulher chega a pensar em uma criança.
Joana D'Arc explica que a pedofilia é tipificada como estupro e desde o mês de agosto de 2009, com as mudanças na lei de crime sexuais, não existe mais o crime de atentado violento ao pudor. "Pode ser considerado como crime de estupro um beijo lacivo (de língua) por uma pessoa em outra que não seja sua namorada e que não tenha intimidade e no caso da relação sexual, mesmo que não haja penetração, isso também é estupro" disse a delegada.

Para esse tipo de crime, que é considerado de ação pública incondicionada, ou seja, não precisa de representação por parte dos responsáveis pela vítima, a pena varia de 8 a 15 anos de reclusão para vulneráveis (menores de 14 anos, idosos e incapazes). Quando acontece lesão corporal a pena é de 10 a 20 anos e em caso de morte vai de 12 a 30 anos e sendo o agressor parente da vítima a situação é ainda mais complicada.

Joana D'Arc Sampaio Nunes afirma que quando os casos acontecem dentro de casa, dificilmente existe a permissão dos familiares, mas a omissão deles devido as ameaças dos agressores, mas mesmo assim a família sempre procura a delegacia para denunciar o crime.

Pelo fato da casa ser um local privado e inviolável para coibir esse tipo de crime nesses locais, a polícia, o Ministério Público e outros órgãos de defesa da criança e do adolescente têm realizado campanhas de conscientização e esclarecimentos sempre orientando os pais a vigiar os seus filhos quando os mesmos estiverem no computador e assim evitar que eles acessem sites de relacionamentos e outras comunidades que tenham conteúdos pornográficos. No caso das Lan Houses, segundo a delegada, essa fiscalização e proibição são mais complicadas por ser um ambiente público.

De acordo com a delegada é fácil descobrir quando uma criança foi vitima de violência sexual. Quando a vitima não tem condições de expressar verbalmente, a descoberta acontece durante o asseio, quando ela se retrai e não deixa que lhe toquem. Quando a vítima tem condições de falar ela sofre uma mudança radical de comportamento, pois fica agressiva, tem baixo rendimento escolar, tem distúrbios do sono, apetite, se isola e não quer interagir com a sociedade e escreve bobagens indicando muitas vezes que quer cometer o suicídio.

HoraExata - Paulo Cosme

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