quarta-feira, 27 de abril de 2011

Greve da Polícia Civil em Alagoas garante adesão total

Do NE10 Com agências
                                                                                   
O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) garante que 100% dos agentes de polícia aderiram à greve da categoria, iniciada nas primeiras horas da última terça-feira (26). A orientação é que os agentes se recusem a realizar flagrantes provenientes de guarnições da Polícia Militar.

Os policiais civis são a primeira categoria do Movimento Unificado dos Trabalhadores da Segurança Pública a deflagrar greve por tempo indeterminado. Eles recusaram a proposta salarial de 5,91% concedida a todos os servidores públicos e exigem o piso salarial de 60% da remuneração dos delegados de polícia, além de melhoria das condições de trabalho.

O presidente do Sindpol, Carlos Jorge da Rocha, afirmou os 30% preconizados pela Justiça para as greves não serão mantidos nas delegacias. “Aqui em Alagoas mesmo que a gente faça um movimento que respeite a lei sofreremos represálias. A Justiça sempre vai decretar a ilegalidade. Por isso, definimos que nem os flagrantes serão feitos”, declarou o presidente.

Segundo ele, o delegado Nivaldo Aleixo teve de transportar sozinho, na manhã da terça-feira (26), presos acusados de tráfico de drogas na viatura da Polícia Civil, pois os agentes se recusaram a fazê-lo. O mesmo está ocorrendo em delegacias do interior, como em Palmeira dos Índios, Arapiraca, Penedo, Santana do Ipanema e Batalha.

O delegado-geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco, ainda não foi comunicado oficialmente da paralisação, apesar de os grevistas serem obrigados a informar do movimento com certa antecedência. “Não vamos encaminhar ofício nenhum. Não adianta nada fazer isso. A Polícia Civil está sabendo da greve pela imprensa e a gente não precisa comunicar mais nada”, disse Carlos Jorge.

Ainda na manhã de terça-feira (26), líderes do sindicato afixaram uma faixa dizendo "Polícia Civil em Greve" na Central de Polícia Civil de Maceió, localizada no bairro do Prado. Depois, seguiram em visitas a delegacias da capital e do interior, para avaliar se a adesão foi total.

O segundo vice-presidente do Sindpol, Edeilto Gomes, havia dito que os flagrantes seriam realizados, mas a entidade mudou de ideia e suspendeu este procedimento, que engloba depoimento do preso, emissão do documento para realização do exame de corpo de delito – ou do exame cadavérico –, produção do ofício para comunicação à família do detido e encaminhamento da documentação ao fórum.

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