domingo, 4 de dezembro de 2011

O fim da greve dos policiais e bombeiros militares no Maranhão

Essa manhã de domingo, esse sol imponente traz a notícia de que venceu o bom senso e o movimento paredista dos militares e bombeiros cessou. Foi-se o temor de uma escaramuça e o prédio do Poder Legislativo, agora desocupado, recebe de volta os parlamentares na segunda-feira para debater também que razões serviram de razões para a mais grave crise institucional que o Maranhão já viveu.

É mais uma lição da História a demonstrar que o poder deve ser exercido com parcimônia e sensatez, e que o homem, em sendo um animal social, conforme afirmou Aristóteles, deve usar a política para se resguardar de atitudes extremistas e resolver as diferenças em passos de conciliação.

Estão de parabéns todos os deputados que suaram a camisa para evitar um confronto que mancharia definitivamente esse Estado; a OAB-MA, o Tribunal de Justiça, as lideranças dos policiais e bombeiros, o Governo do Estado e a parte da imprensa que cumpriu o dever profissional de informar com isenção os acontecimentos desses dias à opinião pública.

Este domingo de sol que cala as baionetas deve servir, entretanto, para que se reflita sobre o que é a lei e o que é a Justiça, e para que se evite a aplicação de códigos retrógados contra aqueles que lideraram uma categoria, que, afinal, é responsável pela segurança dos cidadãos. Se houve um acordo, que ele seja preenchido também pela anistia e que se esqueça de uma vez por todas a deserção.

Informa o jornalista Manoel Santos Neto que o governo, que inicialmente se recusava a negociar com os grevistas, concedeu um reajuste de 10,9% a partir de janeiro de 2012 e mais 7% a cada ano, chegando a um total de cerca de 24%, inferior aos 30% pedidos pela categoria. Importante, também, é que conseguiram a anistia dos grevistas e o fim da aplicação do regulamento disciplinar do Exército sobre policiais e bombeiros, um velho sonho acalentado por categorias que ficaram sujeitas a esse Código a partir da ditadura militar de 1964.

Não houve excessos dos insurgentes nos dias de greve e as tentativas de violência verificadas puderam ser contidas pelos militares do Exército e da Força Nacional. Só não houve jeito de conter o pânico que se instalou em São Luís nesses 10 dias em que a insegurança na capital maranhense quadruplicou.

Há que se comemorar essa vitória das instituições públicas, embora ainda com esse gosto amargo de medo na boca, a nos dizer da fragilidade do estado de direito e da democracia que tantos lutaram para construir.

Em alguns momentos os fuzis e metralhadoras nas ruas, os revólveres nos coldres e nas mãos nos remeteram a um passado de discricionariedade e exceção. Que sirva de exemplo para que possamos cultuar como atributos divinos a força da liberdade e o valor da paz.



JornalPequeno

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