quinta-feira, 5 de maio de 2011

Operação prende funcionários do Detran-PB e donos de autoescola

Policiais civis, rodoviários federais e militares saíram às ruas de cinco cidades da Paraíba na manhã desta quinta-feira (5) para deflagrar a Operação Medusa, com o objetivo de cumprir 40 mandados, entre ordens de prisão e de busca e apreensão. O foco da operação se concentra em Campina Grande.
O Paraíba1 acompanha a ação desde as 4h30, quando as equipes saíram em comboio do 31º Batalhão do Exército, em Campina (asssista no fim da página às primeiras imagens da operação).
Até o momento, 15 pessoas foram presas e duas armas foram apreendidas, além de documentos e computadores. Os alvos são funcionários do Detran, despachantes e proprietários de autoescolas envolvidos em fraudes na concessão da carteira nacional de habilitação (CNH).

Entre as pessoas que já foram presas estão dois psicólogos: Marcelo Santiago Falconi, detido no apartamento em que reside no prédio de luxo Solar das Acácias, às margens do Açude Velho (foto acima); e Severino Nery Pessoa, preso em casa no Catolé.


Psicólogo Severino Nery Pessoa (ao fundo), preso em casa no Catolé
Os envolvidos devem ser apresentados à imprensa em entrevista coletiva marcada para as 10h na sede do Detran, em Campina Grande, para onde os presos estão sendo levados.
Além de Campina Grande, os mandados são cumpridos em Sousa, Alhandra, Umbuzeiro e Taperoá. Segundo a Corregedoria do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) (foto abaixo), mais de 100 mil CNHs podem ter sido emitidas irregularmente na Paraíba nos últimos 12 meses.

Como funcionava o esquema
Em cinco meses de investigações, o delegado Wallber Virgolino, da Corregedoria do Detran, e o Ministério Público Estadual detectaram que o grupo emitia documentos de forma fraudulenta para analfabetos e até para pessoas de outros estados que sequer precisaram vir à Paraíba para se submeterem às provas exigidas.
As CNHs estariam sendo comercializadas por, em média, R$ 1,5 mil; sendo assim, os fraudadores podem ter movimentado até R$ 150 milhões. Os servidores do Detran seriam responsáveis por inserir os dados falsos e fornecer os documentos.
Entre os 'clientes' havia pessoas até do Rio de Janeiro. Algumas residentes no bairro de Botafogo, na Capital, e na cidade vizinha Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Para dificultar o rastreamento de irregularidades por parte do Detran e da polícia, os fraudadores forneciam ao Detran endereços de zonas rurais de municípios paraibanos, como Umbuzeiro, Boqueirão, Cabeceiras, Lagoa Seca, Lagoa de Roça e Princesa Isabel.

Mandado de busca e apreensão é cumprido na Auto Escola Vip, na rua Índios Cariris (Centro-CG)
A operação recebeu o nome de Medusa em alusão ao ser da mitologia grega que tinha vários tentáculos ou cobras na cabeça. De acordo com o Ministério Público Estadual, a quadrilha tem várias ramificações.

Policiais rodoviários chegam ao Detran de CG com computadores e arquivos apreendidos
Espelho de Prata
Esta operação é um desenrolar da Espelho de Prata, deflagrada em junho do ano passado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil, e que terminou no cumprimento de 41 mandados de prisão e 52 de busca e apreensão em cidades da Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro e Ceará.
No caso da ‘Espelho de Prata’, o inquérito ainda não foi concluído e na época da operação cerca de 50 mil carteiras estavam sob suspeita de terem sido adulteradas. No início deste ano, um homem do Estado de Pernambuco foi detido, acusado de tentar retirar uma carteira de habilitação falsa em Campina Grande. Ele estaria tentando se passar por outra pessoa, quando foi abordado e autuado em flagrante por estelionato e falsidade ideológica.
                                              
Do Portal Paraíba1

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